Lesões no quadril vão aumentar 32% nos próximos 40 anos

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O número de lesões no quadril deve aumentar 32% nos próximos 40 anos. As informações foram publicadas em um relatório da Fundação Internacional para Osteoporose (IOF, na sigla em inglês) e geram um alerta importante: é preciso prevenir a osteoporose, um dos principais fatores para o aumento da incidência desse tipo de fratura.

A osteoporose é uma doença caracterizada pela diminuição de massa óssea, tornando os ossos mais frágeis – e consequentemente mais suscetíveis a lesões. Além do fator genético, a doença acontece em decorrência da queda na concentração hormonal, frequente nas mulheres em período de menopausa e em adultos com mais de 60 anos.

Atualmente, 20% da população brasileira têm 50 anos ou mais. A expectativa do IBGE  - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - é que em 2050 esse índice chegue a 40% da população brasileira. Com o envelhecimento da população, crescerá também o número de pessoas com osteoporose, o que a torna um problema de saúde pública, devido às consequências relacionadas à doença.

Segundo o estudo da IOF, que avaliou cinco países da América Latina, (Argentina, Brasil, Colômbia, México e Porto Rico), a prevalência de osteoporose em pessoas de todas as idades é de 14%. Observando o número de fraturas vertebrais por conta do enfraquecimento da massa óssea, 38% delas acontecem em mulheres com mais de 80 anos. Isso porque o aumento da incidência de osteoporose neste grupo etário também acompanha o aumento de ocorrência de quedas relacionadas a estas fraturas.

O impacto das fraturas

As lesões no quadril são potencialmente graves por ocorrerem com frequência em pacientes que apresentam outras doenças clínicas simultaneamente. Como o tratamento cirúrgico é a opção mais utilizada para tratamento destas fraturas, algumas complicações clínicas podem ocorrer no período pós-operatório. Outra questão a ser discutida é a busca do retorno às atividades diárias do idoso, além da recuperação de sua independência e equilíbrio locomotor, que são alterados após uma queda e consequente fratura do fêmur.

Segundo um estudo divulgado pelo Hospital das Clínicas de São Paulo, a mortalidade intra-hospitalar nas internações por fratura do fêmur, ao fim de um mês, três meses, seis meses, um ano e dois anos foram respectivamente 5,52%; 4,74%; 11,88%; 10,76%; 19,24% e 24,94%.

Além desses fatores, o custo do tratamento deste tipo de lesão tem um grande impacto para a saúde pública: a estimativa é que no Brasil se gaste até 12 mil dólares, incluindo tempo de internação (que é de, no mínimo, uma semana), os cuidados pré e pós-operatórios, medicamentos, além das sessões de fisioterapia para reabilitação e home care.

O não tratamento traz comprometimentos ainda mais sérios, também com grande risco clínico. O paciente acamado com membro imobilizado apresenta alto risco de complicações como trombose venosa, infecções, embolia, além de grande dificuldade de retornar à sua condição clínica original.

Prevenção, o segredo para controlar o aumento de lesões

As fraturas geralmente ocorrem em situação de quedas, acidentes que acontecem principalmente dentro da residência. Isso também pode afetar a qualidade de vida do idoso, pois ele pode desenvolver medo de cair novamente, e evitar circular pela casa. Por isso, é preciso trabalhar tanto na prevenção das lesões quanto da osteoporose.

Por ser uma doença sem sintomas específicos, muitas vezes só se descobre a osteoporose em situações de desfecho negativo, como uma fratura. O acompanhamento médico e a realização do exame de densitometria óssea, que avalia a densidade mineral óssea, são, portanto, fundamentais para a identificação precoce e tratamento da doença.

Já as quedas podem ser evitadas com um planejamento da organização dos móveis e outros objetos, deixando a casa um ambiente seguro para o idoso. Medidas simples como mudança na iluminação do ambiente, substituição de boxes de vidro por cortinas, instalação de barras de segurança nos banheiros e corredores além da retirada de tapetes escorregadios dos quartos podem ser facilmente adotadas, permitindo que o idoso esteja sempre em segurança!

Fonte: Einstein.com.br