NOVIDADE! A dor lateral do quadril é uma das principais causas de consulta com ortopedistas, em especial com especialistas em quadril. Desenvolvemos um protocolo de tratamento para os casos crônicos
Dor Lateral do Quadril
(Bursite trocantérica do quadril, tendinite, tendinose, síndrome dolorosa do grande trocanter)
atualização: 2023
Muitos pacientes apresentam dor crônica na lateral do quadril sem melhora com os tratamentos usuais. Sentem-se desgastados de inúmeros tratamentos como fisioterapias, exercícios, infiltrações, anti-inflamatórios e analgésicos. Alguns até desenvolvendo efeitos colaterais destas medicações.
Esse sintoma de dor pode receber vários diagnósticos como bursite trocantérica do quadril, tendinite e tendinose do quadril, tendinite e tendinose dos tendões do glúteo médio e mínimo. Muitas vezes esse diagnóstico pode estar presente em exames de imagens como a ressonância nuclear magnética ou a ultrassonografia do quadril (ecografia).
Nos casos onde a dor lateral não está tendo melhora como de costume devemos pensar em outro diagnóstico diferente ou em outro diagnóstico complementar, ou causal.
A dor lateral do quadril, tecnicamente chamada de “síndrome dolorosa do grande trocanter”, pode ter mais de uma origem (causa). Exatamente por isso que atualmente chama-se de síndrome dolorosa. Usualmente é isso que ocorre com pacientes que parecem não melhorar com os tratamentos usuais - nem todas as causas estão sendo tratadas ou o tratamento está direcionado a causa errada ou tratamentos incompletos.
A dor lateral do quadril é frequentemente rotulada como bursite trocantérica do quadril, tendinite do quadril e tendinose do quadril. O rótulo precoce para um sintoma de dor pode atrapalhar a busca pelo diagnóstico correto e atrasar o tratamento mais adequado para o paciente. Felizmente, 80% a 90% dos pacientes com esse tipo de dor melhoram com os tratamentos usuais.
Lista dos tratamentos mais recomendados para dor lateral SIMPLES
Medicações anti-inflamatórias e analgésicas (cuidado não use sem prescrição)
Infiltrações (com corticoide) intra muscular
Infiltrações (com corticoide) no local da dor, mas sem método de imagem para guiar
Fisioterapia Analgésica (apenas uso de aparelhos)
Fisioterapia Motora (exercícios e alongamentos)
Os tratamentos mais recomendados estão corretos, mas o paciente pode não melhorar por alguns motivos. O paciente pode ter lesões mais graves (como degeneração e rupturas tendinosas), artrose de quadril ou coluna associada, ou ainda pode ter dor irradiada dos nervos que se originam na coluna lombar.
Além disso, devemos considerar que toda pessoa com dor por mais de 3 meses desenvolve alterações do funcionamento dos nervos da dor (dor crônica). Os neurônios se modificam e ficam mais sensíveis para detectar a dor. Imaginem quando uma pessoa se queima do sol e fica com a pele hipersensível, é assim que os neurônios detectores da dor podem ficar quando ocorre a cronicidade da dor (mais de 3 meses).
Uma atenção especial deve ser dada os níveis de L4-L5-S1. Essas articulações da coluna são as mais moveis e mais propensas a problemas. Além disso, são as articulações sujeitas a maiores pressões da coluna. As alterações mais comuns são protusões discais, hérnias dicais, artrose facetárias ou espessamentos ligamentares.
Todas essas alterações podem provocar irritações neurais das raízes que saem da coluna, mesmo sem compressão obvia no exame de ressonância nuclear magnética. O exame de ressonância nuclear magnética é feito com o paciente deitado de costas e essa posição não reflete as compressões que a coluna sofre no dia a dia. Logo, mesmo na presença de exames com alterações leves, essa hipótese não deve ser descartada se clinicamente o paciente tiver padrão de dor compatível com uma irradiação neural que segue um dermátomo específico.
O tratamento destes pacientes, usualmente, é mais complexo que do que tratar pessoas com dores agudas. Uma dor que está presente há mais de 6 meses, dificilmente desaparece como um passe de mágica. Requer um esforço maior por parte do médico e do paciente.
Foi pensando nestes pacientes que desenvolvemos o “PROTOCOLO para dor lateral do QUADRIL”. O grande diferencial é o diagnóstico correto e o emprego da regeneração tecidual com as técnicas de medicina regenerativa e ortotripsia (terapias por ondas de choque focais)
O que é o “PROTOCOLO para dor lateral do QUADRIL” crônica?
Para construir uma sistematização do tratamento reunimos colegas especialistas em quadril, especialistas em dor, especialistas em coluna e fisioterapeutas.
O protocolo abrange 7 etapas que necessitam ser realizadas para o máximo índice de sucesso. Algumas são sequenciais, mas algumas ocorrem de forma simultânea.
7 etapas para o tratamento da dor lateral de quadril com sucesso
Diagnóstico correto
Regeneração tecidual viscobiológica - com ultrassom
Regeneração tecidual física sonoacustica - ortotripsia - guiada por ultrassom
Suplementação metabólica
Reabilitação
Fortalecimento
Manutenção
1. Diagnóstico Correto
O ponto mais importante do protocolo é o diagnóstico correto, pois sem um alvo certo o tratamento não funciona adequadamente. Nos casos crônicos e de difícil tratamento é isso que ocorre, na maior parte das vezes. Existem os pontos GERADORES da dor e existem os REFLEXOS da dor. Não adianta tratar apenas os REFLEXOS da dor. É necessário atuar na causa original também.
Para isso é fundamental uma consulta médica, exame físico e exames complementares.
Os exames complementares mais comuns utilizados são o raio-x de quadril e coluna e a ressonância nuclear magnética de quadril e coluna. Em alguns casos solicitamos o ultrassom, porém menos frequente de solicitar, pois já temos na clínica.
Algumas vezes é importante avaliarmos a função dos tecidos, além de seu formato e integridade. Isso é muito útil para diferenciar dores de origem NEURAL (nervos) de dores de origem muscular, tendinosa ou articular. Nesses casos utilizamos a termografia médica. Esse é um exame sem radiação e indolor que ajuda a diagnosticar dores neurais reflexas e encontrar a sua origem.
2. Regeneração tecidual Viscobiológica - com ultrassom
O grande diferencial é atuar na REGENERAÇÃO dos tecidos afetados e não apenas de forma paliativa no sintoma da dor.
O estímulo regenerativo é realizado de forma viscobiológica e física.
O ácido hialurônico é um dos principais agentes para o estímulo viscobiológico de regeneração dos tendões e outros tecidos. A aplicação do ácido hialurônico guiada com ultrassom é um potente método indutor da regeneração tecidual dos tendões que movimentam o quadril. Ele é utilizado em etapas iniciais do protocolo para induzir a reparação tecidual.
O ácido hialurônico é uma molécula presente naturalmente no corpo humano, encontrada na pele, fluidos sinoviais e tecidos conjuntivos (ex. tendões e na sua membrana protetora). Ele tem a capacidade de reter grandes quantidades de água, ajudando a manter a hidratação da pele e a lubrificação das articulações e tendões. Além disso, o ácido hialurônico é usado como um produto injetável em procedimentos estéticos para preencher rugas e sulcos, melhorar a aparência da pele e tratar condições como a artrose e tendinopatias.
A injeção de ácido hialurônico diretamente nos tendões (dentro de sua bainha tendínea) pode ajudar a reduzir a inflamação e dor associadas a condições como tendinite. O ácido hialurônico pode atuar como um suporte mecânico, ajudando a proteger o tendão contra danos adicionais. Além disso, ele pode ajudar a melhorar a circulação sanguínea local, o que pode estimular a resposta natural do corpo à lesão e ajudar na cicatrização do tecido tendíneo danificado.
Em resumo, o ácido hialurônico tem uma série de efeitos biológicos sobre os tendões, incluindo a lubrificação, amortecimento, proteção contra danos adicionais, redução da inflamação e da dor, e estimulação da cicatrização.
A aplicação do ácido hialurônico deve ser sempre realizada guiada com imagens do ultrassom, pois seu efeito depende da localização precisa de onde é colocado.
3. Regeneração tecidual física sonoacústica - ortotripsia - guiada por ultrassom
A ortotrípsia (terapias por ondas de choque) é um método físico baseado em uma descarga de alta-voltagem em cristais piezoeletricos que geram uma pulso de pressão em uma região focal com poder regenerativo comprovado em especial para tendões e ossos.
As ondas pulsáteis de pressão estimulam a regeneração tendínea através do mecanismo de mecanotransdução. A terapia induz a adaptação, reparação tecidual e a regeneração. A ortotripsia reverte a inflamação crônica, dissolve fibroblastos calcificados, estimula a produção de colágeno, faz a dispersão da substância P como mediador da dor e desfaz os pontos gatilhos. O termo mecanotransdução é importante, pois causa um efeito biofísico celular através do citoesqueleto para dentro do núcleo celular, causando relevantes efeitos biológicos para o estímulo da cicatrização de tendões, tecido conectivo e ossos.
Além disso, a ortotripsia induz a angiogênese (crescimento de novos vasos sanguíneos) por liberação de fatores de crescimentos, liberação 'de óxido nítrico. Dessa forma aumenta a irrigação sanguínea na área tratada. Outro mecanismo interessante é o efeito de "homing” - causando a migração e diferenciação de células-tronco reparativas. Os efeitos reparativos causados pela terapia continuam a ocorrer 3 meses após o termino da aplicação.
Essa terapia também é chamada de terapia por ondas de choque FOCAIS.
É importante salientar que a Ortotripsia (terapia por onda de choque focal) e a terapia viscobiológica (injeção de ácido hialurônico) são realizadas sempre com o uso da ultrassonografia (ecografia). Com o ultrassom conseguimos localizar o local a ser tratado com a máxima precisão. Dessa forma aumentamos o sucesso do tratamento.
Atenção: a terapia por ondas de choque focais não tem relação com a terapia de TENS. TENS significa "neuroestimulação elétrica transcutânea" que é muito conhecido pelos pacientes e muito realizado em sessões de fisioterapia.
O uso da ORTOTRIPSIA (terapia por ondas de choque focais) é realizada em conjunto com a aplicação do ácido hialurônico e possíveis bloqueios facetários lombar conforme o diagnóstico e evolução do paciente.
São realizadas em torno de 4 a 6 sessões com frequência semanal. As sessões são em torno de 20 minutos cada.
4. Suplementação metabólica
A suplementação metabólica tem o papel de auxiliar com todos os nutrientes necessários para o paciente ter a melhor e mais rápida regeneração tecidual tendínea e neural. É muito comum encontramos paciente com deficiência de diversos elementos que dificultam o reparo tecidual necessário. Os suplementos podem ser realizados no mesmo momento que o paciente vem nas sessões de ondas de choque ou de aplicação do ácido hialurônico. É uma potente suplementação realizada de forma endovenosa diluída em soro fisiológico. Tempo de aplicação em torno de 15-20 minutos. O número de sessões de suplemento metabólico pode variar.
5. Reabilitação
Alguns pacientes apresentam uma limitação grande devido ao tempo que estão com a lesão tendínea e precisam acrescentar uma etapa de reabilitação com fisioterapia especializada neste tipo de patologia.
6. Fortalecimento
A dor em uma região do corpo provoca um mecanismo de proteção automático que faz com que o paciente utilize menos a articulação acometida. No caso da dor lateral do quadril, a musculatura que comanda a articulação fica enfraquecida. Para que o paciente REALMENTE tenha uma boa durabilidade de seu tratamento ele necessita fazer a sua parte. Isso inclui um programa de fortalecimento para os músculos mais importantes ao redor do quadril e do CORE.
7. Manutenção
Todos nós precisamos ter uma quantidade mínima de atividade física para o funcionamento correto do nosso corpo. Isso é ainda mais importante para pacientes que já tiveram dores de quadril laterais crônicas ou dores lombares. Não tem como manter a saúde de seu corpo a longo prazo sem está etapa do tratamento.
🚨 Atenção
O “PROTOCOLO para dor lateral do QUADRIL” é realizado APENAS no consultório de Porto Alegre, pois o paciente necessita realizar múltiplas aplicações (em geral de 4-6 sessões).