Dr. David Gusmão - Ortopedista do Quadril e Joelho

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Tendinites e Bursites do Quadril e Joelho

A Tendinite é a inflamação ou irritação de um tendão (parte final do músculo, como uma corda fibrosa que faz a fixação dos músculos aos ossos). Eles servem para transmitir a força de contração muscular necessária para mover os óssos.

A Bursite é a inflamação ou irritação de uma “bursa”. Esta é uma pequena bolsa localizada entre o osso e outras estruturas móveis, como músculos, pele ou tendões. Ela permite e facilita um melhor deslizamento entre as estruturas.

Os sintomas são semelhantes: * Dor e rigidez, agravadas por movimento. * Dor, principalmente durante a noite. * Inchaço no local.

Qualquer tendão ou “bursa” no corpo humano pode ser afetado, mas os que estão localizados nos ombros, cotovelos, punhos, dedos, quadris, joelhos, tornozelos e pés, são os mais frequentes.

Tendinites e bursites são condições normalmente temporárias, mas podem se tornar crônicas e, ao contrário da artrite, elas não causam deformidade. A causa mais comum de tendinites é o trauma local, particularmente se o paciente tem um mau condicionamento físico, má postura ou usa o membro afetado em uma posição forçada e desajeitada.

A bursite também pode surgir de trauma único de forte intensidade ou de micro-traumas repetitivos, mas também pode estar associada à varias condições reumáticas, metabólicas, infecciosas e, mesmo sem causa específica, considerada idiopática.

O diagnóstico de uma tendinite e/ou uma bursite requer uma história médica cuidadosa e principalmente um exame físico bem feito. Somente assim pode-se avaliar a real condição do paciente e planejar um tratamento específico.

Radiografias podem ser úteis para excluir anormalidades ósseas. Deve ser salientado que tendões e bursas não são visíveis em radiografias, no entanto o uso da ressonância nuclear magnética, trouxe um auxílio extremamente importante na definição do local e grau da lesão.

Exames laboratoriais podem ajudar em caso de alguma outra doença de base, como por exemplo, Artrite Reumatóide ou Diabetes, mas normalmente, não são necessários para diagnosticar a maioria dos casos.

O tratamento destas duas condições está baseado na causa em si. O objetivo inicial do tratamento é diminuir e, se possível, inibir a dor. Para isto, o repouso articular é base principal, conseguido através do afastamento do fator da causa e de atividades que possam levar ao agravamento da lesão.

- Adequado aquecimento prévio e cuidar da postura é fundamental. O uso de “splints” (talas de plástico) na área afetada como imobilização, calor úmido e outras modalidades de terapia física ajudam na melhoria da dor aguda.

- Analgésicos simples, ou opióides podem ser empregados, mas regularmente o uso de anti-inflamatórios não hormonais são os mais utilizados. Em casos acentuados, curtos períodos de uso de corticosteróides podem ser necessários ou mesmo a infiltração intra-articular pode ter sua indicação.

A reabilitação física deve ser feita com o objetivo de tirar a dor, mas, sobretudo ela é utilizada como recuperação de amplitude de movimentos e prevenção da reincidência através de exercícios específicos e orientados por profissionais capacitados.

A intervenção cirúrgica de tendinites ou bursites é infrequente, porém necessária em alguns casos. Uma vez controlado o ataque agudo, deve ser iniciado o trabalho de prevenção e/ou correção dos fatores causais. Melhora da ergonomia, da qualidade muscular, e principalmente, da auto-estima, são fundamentais no sentido de prevenir novas lesões e/ou recorrências das antigas.

Fonte: Sociedade brasileira de Reumatologia/Comissão de Dor, Fibromialgia e Outras Síndromes Dolorosas de Partes Moles

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